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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Planos de saúde já não cabem no bolso

Escalada de reajustes acima da inflação e falta de qualidade na oferta dos serviços começam a afetar mercado

Dados divulgados pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde) mostram que o segmento, que apresentou uma média anual de crescimento de 4,9% nos últimos cinco anos, teve o ritmo de expansão reduzido quase à metade: 2,7% em um ano (até junho). Quando considerados os convênios exclusivamente odontológicos, a média no período caiu ainda mais: de 18,2% para 5,5%.

No caso das 31 operadoras associadas à federação, a situação foi ainda pior, apresentando decréscimo no número de beneficiários de 1,7%. Segundo o presidente da entidade, Márcio Coriolano, a retração já vinha sendo sinalizada desde dezembro. “São vários os fatores que influenciam esse resultado. O crescimento menor da economia, os níveis de emprego e a alta inflação médica. 


O custo da medicina continua evoluindo acima do Índice Geral de Preços (IGP) e as empresas e famílias ficam cautelosas na hora de contratar um convênio”, explicou. “A incorporação de medicamento e de prestadores favorece o beneficiário, mas causa impacto no custo e pode fazer com que as pessoas não consigam arcar com a despesa”, completou.

Correção

Conforme o Correio divulgou na semana passada, o resultado mostrado pela Fenasaúde por meio de dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) já era esperado. Neste ano, o reajuste de 9% permitido pela agência aos planos individuais e familiares ilustram a escalada dos preços em década: segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), os convênios tiveram, em 10 anos, correções de 39,44% acima da inflação.

Segundo um estudo do instituto, se continuar nesse ritmo, em 30 anos, os planos terão acréscimo de 163,49% acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nessa proporção, o comprometimento da renda do beneficiário será de 66%. O próprio Ministério Público Federal (MPF), que mantém um grupo de trabalho para acompanhar a fiscalização da ANS, já havia apontado uma possível estagnação de ingressos de usuários, sobretudo, em razão da falta de qualidade do atendimento que, mesmo assim, continua mais caro.






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