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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Em São Luís, usuários de planos de saúde reclamam de ouvidorias


Muitas pessoas que têm plano de saúde não estão conseguindo atendimento e acabam procurando um médico particular ou a rede pública. Esse é apenas um dos problemas que a agência nacional de saúde quer evitar com a nova regra que obriga as empresas a criarem ouvidorias. Somente em São Luís, foram registradas no ano passado mais de 700 reclamações no Procon contra as operadoras de planos de saúde.
A balconista, Iete Nunes, de 46 anos, mudou de plano de saúde. Mas ao descobrir que o médico com quem ela fazia tratamento não era credenciado no novo plano, acabou tento que recorrer ao SUS para fazer uma cirurgia.
“Não consegui, porque o plano não era credenciado com meu médico, que já
fazia tratamento há seis anos. Aí tive que propor ao SUS, porque o médico também consultava por ele”, explicou a balconista.
As dificuldades continuaram quando ela buscou atendimento pelo plano de saúde para fazer os curativos da cirurgia feita na rede pública. “Faço curativos pelo SUS. Só que nos fins de semana não funciona lá. Procurei o plano e lá o atendimento é péssimo. Primeiro tenho que passar por um clínico geral e depois de duas horas de demora eu desisti e fui embora” reclamou.
Há um ano de licença médica para tratar um câncer de mama, a operadora de caixa Euzite Guimarães já fez três cirurgias. Mas depois que mudou de plano de saúde não conseguiu continuar o tratamento. Descobriu que não havia um oncologista do plano em São Luís e teria que se consultar à distância com um médico de Fortaleza (CE). “A gente é consultada por uma televisão. Hoje nossa saúde não vale nada, porque uma pessoa lá de outro lado não vem examinar a gente, então como teremos segurança?”, indagou.
A Agência Nacional de Saúde (ANS) deu prazo para que as operadoras de plano de saúde de todo o país, criassem suas ouvidorias - um setor específico que não existe em muitas empresas, mas que vai passar a ser obrigatório. As ouvidorias terão a responsabilidade de encontrar formas de solucionar os problemas dos clientes e se não conseguir, pelo menos, dar uma resposta explicando os motivos num prazo máximo de sete dias úteis.
“A lógica da implantação de ouvidorias é exatamente da existência de um setor na empresa unicamente com o objetivo de resolver os problemas do consumidor. Primeiro por questões de mercado, porque não é vantagem para nenhuma empresa que seus clientes estejam insatisfeitos. Há uma rede de defesa do consumidor que vem se fortalecendo a cada dia e em razão da existência rede, quanto menos consumidores insatisfeitos com a empresa, e aí a ouvidoria instrumentaliza essa insatisfação, existirem, melhor para a empresa”, explicou Rayana Arraes, supervisora das relações de consumo do Procon.
Em São Luís, a autorização para a realização de procedimentos médicos, a falta de informações sobre especialistas credenciados na rede e a demora para marcação de consultas e exames são as principais reclamações dos usuários contra os planos de saúde.
De acordo com o Procon, só no ano passado foram oficializadas no órgão 732 queixas contra planos de saúde no maranhão. E se mesmo com a instalação das ouvidorias os usuários não conseguirem ter suas demandas atendidas, eles devem procurar outros meios para garantir seus direitos.
Independente da existência da ouvidoria, o consumidor que passar por alguma situação de lesão a seus direitos, deve buscar os órgãos de defesa do consumidor, dentre eles Procon, juizados ou qualquer outro órgão que atue em sua localidade neste sentido.
Há mais de 20 anos pagando o mesmo plano, a aposentada Marlene Ericeira está revoltada com o atendimento da empresa. Ela até conseguiu marcar uma consulta com um gastroenterologista, mas foi informada quase um mês depois que o médico não iria mais atender o plano que ela está conveniada. “Ligaram para minha casa, dizendo que a empresa havia cancelado o convênio com esses médicos”, disse.
A aposentada de 63 anos procurou a ouvidoria do plano de saúde, mas reclama que o serviço não funciona como deveria: “Eles não chegam a nenhuma conclusão. Só dizem para aguardar e não fazem nada, não resolvem nada.”












http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2013/04/em-sao-luis-usuarios-de-planos-de-saude-reclamam-de-ouvidorias.html

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