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segunda-feira, 14 de março de 2011

Operadoras atendem apenas 23,4% do país


Cenário macroeconômico em 2010 beneficiou setor, mas custo de procedimentos médicos limita expansão de planos


Ter plano de saúde está hoje entre os primeiros objetos de desejo do brasileiro. E o segmento de saúde suplementar acabou sendo bastante beneficiado pelo bom desempenho da economia brasileira,em2010. Mais oferta de emprego, escassez de mão de obra qualificada e necessidade de reter ou atrair talentos, aliado à baixa qualidade do sistema público de saúde, aceleraram a expansão de planos privados no país.


Os últimos números oficiais disponibilizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) referem-se ao terceiro trimestre de 2010 e dão conta de que o número de beneficiários cresceu 6,3% em relação a dezembro de 2009, chegando a 44,8 milhões de beneficiários. As estimativas do setor apontam para um aumento em torno de 8,5% no número de beneficiados no acumulado de 2010, o que levou a receita das 1.061 operadoras médico-hospitalares existentes atingir a casa dos R$ 70 bilhões.

Mesmo com esse crescimento, a taxa de cobertura de planos de assistência médica no País ainda é baixa: atende a apenas 23,4% da população. Do total, 75% destes planos (33,4 milhões) são empresariais e os 25% restantes de pessoa física. Existem dois importantes motivos para isso.O primeiro é que com a maior oferta de empregos e falta de mão de obra qualificada, a inclusão do plano de saúde na cesta de benefícios ao trabalhador se torna um diferencial importante na hora de reter ou atrair talentos. O segundo motivo está relacionado com o maior rigor que a ANS tem sobre os reajustes dos planos para as pessoas físicas. As operadoras reclamam em uníssono que os custos médicos são muito superiores à inflação e que os reajustes permitidos pela ANS não cobrem os gastos com medicamentos e equipamentos.

Com isso, fica mais interessante crescer nos planos empresariais, já que a ANS permite a negociação direta entre as empresas e as operadoras de planos de saúde.

Os planos podem qualificar e customizar o serviço como diferencial para a empresa.

A Bradesco Saúde vem obtendo bons resultados nesta direção.Com mais de três milhões de segurados (93% planos empresariais), e presente em mais de quatro mil municípios do país, a Bradesco Saúde registrou, em 2010, uma arrecadação de R$ 6,8 bilhões, com destaque para o crescimento da carteira de Pequenas e Médias Empresas, que representou aumento de 36% em relação a 2009.

Para 2011, a estimativa de crescimento gira em torno de 10% segundo Márcio Coriolano, presidente da Bradesco Saúde e Mediservice. "Oque conta hoje na disputa pelo mercado é mais o serviço do que o produto propriamente dito." Para Coriolano, a transparência na negociação, e as empresas saberem onde estão gastando é o diferencial da Bradesco Saúde. A empresa também procura diversificar seus serviços e oferece, por exemplo, para os planos premium, o Bradesco Saúde Concierge, com atendimento personalizado, e que tem, inclusive,um programa de vacinas para quem vai viajar.

CUSTOS Controle das despesas, da sinistralidade (com adoção da medicina preventiva) e reavaliação de apólices e renegociações são os itens principais que Rafael Moliterno Neto, presidente da Unimed Seguros Saúde, destaca para o crescimento registrado em 2010. O faturamento da operadora teve alta de 22,47% passando de R$ 446,5 milhões, em 2009, para R$ 546,8 milhões, em 2010.

Para Antonio Jorge Kropf , diretor técnico da Amil, a primeira operadora no ranking geral da ANS, o custo da medicina avança e é preciso ter a capacidade de lidar com esse custo. "As operadoras têm de ter responsabilidade e serem cada vez mais geradoras de saúde. Para isso, devem criar programas que melhorem a qualidade de vidado cidadão.É preciso evoluir o modelo assistencial", diz. O gerente de relação com investidores da empresa, Roger Nickhorn, alerta para a necessidade de obter uma precificação correta e redução da sinistralidade.

A empresa conta com hospitais próprios, o que ajuda a reduzir custos.

A operadora ainda não fechou os dados de 2010, mas ao fim do terceiro trimestre havia apresentado crescimento de 62% nos primeiros nove meses do ano, atingindo receita de R$ 5,763 milhões. "Para esse resultado, contribuiu a aquisição da Medial, que incorporou à Amil 1,8 milhão de novos beneficiários", informa Nickhorn.

O motor de crescimento do setor está pautado nos planos de saúde empresariais.[2]

Dos 44,8 milhões de beneficiários do país, 75% estão vinculados a empresas

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