Erros médicos preocupam população

Tribuna da Bahia Publicada: 18/01/2012 Sergio Toniello Filho REPÓRTER

A profissão de médico é uma das mais respeitadas em todo mundo. Entretanto, é uma das profissões que mais exigem do profissional. Qualquer erro pode se tornar fatal para o paciente. No Brasil, é cada vez mais comum presenciar casos sobre erros médicos. Em Salvador, as denúncias de negligência médica realizadas na segunda-feira e ontem contra o Hospital Maternidade Albert Sabin, em Cajazeiras, assustaram e chamaram a atenção dos soteropolitanos.

Segundo o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), de 2001 a 2011 foram registradas 1.142 sindicâncias em relação a erros médicos na Bahia. “Atualmente, temos 476 processos éticos profissionais tramitando no Conselho Regional. Ao tomar conhecimento dos casos, é obrigação do conselho apurar e abrir uma sindicância. É apurado se houve negligência, imperícia ou imprudência por parte do médico.”, relata o 1º secretário da Cremeb, Jorge Cerqueira.

A imperícia é a falta de observação das normas técnicas, por despreparo prático ou por insuficiência de conhecimentos. No caso da imprudência é quando o médico assume riscos para o paciente sem respaldo científico para seu procedimento.

Já a negligência, que é o caso da Maternidade Albert Sabin, é a forma mais frequente de erro médico nos hospitais públicos, e é quando o médico deixa de praticar atos ou não determina atendimento hospitalar compatível com o recomendado pela ciência médica em relação ao estado médico do paciente.

Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães, o termo “erro médico” é um tanto quanto preconceituoso, e em caso de denúncias contra médicos é preciso haver antes uma ampla apuração do ocorrido.

“O termo ideal para ser utilizado seria a má prática de médicos. Muitas vezes, as falhas decorrem de outras condições. Por exemplo, as superlotações em hospitais, as más condições e o excesso de trabalho podem ser uma das principais causas da má prática da profissão. A medicina é uma profissão de riscos”, afirma Magalhães.

O advogado especialista nesse tipo de caso, recomenda que vítimas de erros médicos devem preservar relatórios médicos, diagnósticos, registros de internação e todos os documentos que possam comprovar o seu estado de saúde antes e depois dos procedimentos a que foram submetidas.

“Nesses casos, poderá a vítima ser reparada pecuniariamente pelos danos advindos do erro médico (danos morais e/ou danos estéticos). Dependendo do acontecimento, a vítima pode ser reparada também por danos materiais, caso seja impossibilitada de exercer as suas atividades laborais em decorrência dos danos provenientes do erro médico”, explica.

Publicada: 18/01/2012 00:18|